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Ciclo de Diálogos: abrindo percepções na Universidade

22/11/2010

O Ciclo de Diálogos se configurou como uma grande aula de cultura, educação e cidadania. As atividades agitaram e enriqueceram as reflexões, formulações e perspectivas da X Semana de Extensão da UnB.

Arte, Cultura e Política como articuladores do Ensino, Pesquisa e Extensão na Universidade Pública

Na manhã do dia 10 de novembro, o diálogo mediado pela diretora do Instituto de Artes da UnB, professora Izabela Brochado, ressaltou a função da educação popular e da reflexão constante sobre o papel do ensino de artes no País, visando fortalecer o papel e a missão social da universidade.

Diálogo com Denise Stoklos, Dudu Alves e Izabela Brochado

A atriz, diretora, dramaturga, mímica e criadora do Teatro Essencial, Denise Stoklos reforçou a importância do amor pela expressão artística em diálogo com as questões que são essenciais em todo ser humano. Falou ainda, sobre a liberdade no processo de criação e no pensar acerca da condição humana no mundo atual.

Já o compositor, músico, pesquisador e membro do grupo Quinteto Violado, Dudu Alves, comentou sua experiência na vida acadêmica: “Fui até convidado para estudar piano durante seis anos em um conservatório alemão”. Entretanto,  Alves criticou a falta de conteúdo mais conectado com a diversidade cultural brasileira, motivo que o levou a direcionar seus estudos para a música popular.

Brasília Capital dos Brasis: Diversidade no centro do Poder

O diálogo-tema da 1ª Bienal do DF foi bastante produtivo e inspirador. O fotógrafo, jornalista, letrista, poeta e Secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, TT Catalão, deu início ao debate fazendo uma grande retrospectiva dos movimentos culturais no DF e do papel militante da cultura, revelando a importância da participação do Instituto de Artes da UnB na ocupação do espaço da 508 sul e em projetos de destaque, como o Cabeças. Ao final, ressaltou o papel primordial da produção cultural para “humanizar a maquete de Brasília”.

O Mestre Zé do Pife contou a história de sua vida, desde menino quando em São José do Egito, no interior de Pernambuco, se encantou pelo som do pife, até sua vinda para Brasília, revelando a importância do espaço aberto na Universidade de Brasília que lhe permitiu dar aulas de pife aos estudantes. “Poder ensinar é minha maior alegria”, destacou o mestre.

Por fim, Aldo Paviani resgatou o complexo processo de urbanização da Capital dos Brasis, ao criticar a falta de planejamento fora do Plano Piloto e a urgência no avanço do desenvolvimento social, econômico e cultural em todas as regiões do DF.

Mestre Zé do Pife, TT Catalão, Mateus Guimarães e Aldo Paviani refletindo sobre o tema da Bienal do DF

Inovação Científica: Conhecimento e Arte em prol da Humanidade

Realizado no dia 11, este diálogo foi bastante enriquecedor. O engenheiro mecânico, atuante na área de desenvolvimento sustentável e diretor da Diretor da Faculdade de Tecnologia da UnB, Antonio César Brasil, destacou a inovação como grande elemento de união entre arte e ciência: “a engenharia nada seria sem a invenção e a arte nada seria sem a técnica”, afimou.

A pesquisadora e diretora da Casa da Cultura da América Latina (CAL/UnB), Ana Queiroz, ressaltou a indissociabilidade entre arte e ciência, desde os homens primatas e suas pinturas rupestres ao atual processo de produção artística aliada às novas tecnologias, revelando ser esse o mais rico momento de conexão entre os saberes.

Já o escritor, pesquisador e diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, professor Genebaldo Freire Dias, ao apresentar os grandes desafios que o homem enfrenta atualmente, destacou que “a arte deve se apoderar e desmistificar o conhecimento científico em prol da ampliação da percepção”.

Diversidade Universitária: Espaços a Ocupar

Este diálogo, realizado no dia 12, foi muito inquieto e instigador. O criador do software de edição livre em tempo real Quase Cinema e artista plástico, Alexandre Rangel, deu início mostrando seu trabalho de projeções e traçando um panorama da técnica na atualidade. Além disso, citou diversas referências em ocupação dos espaços urbanos. Falou ainda, sobre a dificuldade de quem trabalha com tecnologia em intervenções para subsidiar suas ações.

O artista plástico, designer, interventor urbano, mestre em Poéticas Contemporâneas e professor de Comunicação Social da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas Rodrigo Paglieri citou seus trabalhos de intervenção e a simplicidade de materiais (água, sabão e esponja) para o trabalho Obra Limpa, que realizou no local conhecido como “Buraco do Tatu”, mesmo desconhecendo à época a técnica chamada de reverse grafite. Paglieri falou ainda da importância do trabalho de pesquisa em espaços urbanos e das barreiras burocráticas que, por vezes, dificultam as realizações das ações.

O artista plástico, compositor, fotógrafo, músico e vídeo-maker Márcio Mota falou sobre a relação do artista com os espaços públicos e a função da arte no ambiente urbano. Ressaltando que “a intervenção urbana veio para amplificar certas verdades ou condições que foram esquecidas ou negadas na história”.

Tanto esta atividade quanto o diálogo de Inovação Científica serão disponibilizados na web. No total, cerca de 200 pessoas, entre estudantes, professores, artistas, pesquisadores e produtores culturais participaram do Ciclo de Diálogos.

Show de encerramento da 1ª etapa da Bienal Universitária do DF e da X Semana de Extensão da UnB

O show encerrou com muita alegria e irreverência esta 1ª etapa da Bienal do DF em parceria com a X SEMEX.

Cerca de quatro mil pessoas marcaram presença e bateram cabelo no show da banda Amanita, grupo de rock do cerrado que iniciou sua carreira na década de 90 e hoje se consolidou como um das mais destacadas bandas da Capital no cenário nacional.

Logo após a apresentação, o público vibrou e soltou o verbo junto com Genival Oliveira Gonçalves, o rapper GOG, pioneiro do movimento Hip Hop no Distrito Federal, ícone da cultura afro-brasileira e grande militante da diversidade cultural, que fez um show dos mais inspiradores.

Pela 1ª vez em Brasília, a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana fez o público pular.

Pela primeira vez na Capital dos Brasis, a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana animou a galera que dançou, pulou e cantou grandes sucessos da música brasileira com o ritmo e o balanço do ska.

O Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA da UNE) do Distrito Federal e toda a organização da 1ª Bienal Universitária de Arte, Ciência e Cultura do DF, agradecem profundamente o Decanato de Extensão da UnB pela oportunidade de construirmos juntos esta significativa obra em conjunto com a X SEMEX, bem como aos demais parceiros que contribuíram para esta tão importante realização: IdA, DEA/DAC, Prefeitura da UnB, CAL, GPC/IdA, DCE Honestino Guimarães, CAVIS, SINTFUB, Movimento Calango, Cooperativa Cultural 17n, Coletivo UNOS, Asa`s Cia de Teatro, Bonde Comunicação, Café da Rua 8 e todos e todas que presenciaram e participaram do início da 1ª etapa.

E não se esqueça: inscreva logo seus trabalhos e continue nos acompanhando aqui, nas redes sociais (twitter, facebook, orkut…), para ficar sabendo das próximas atividades preparatórias da 2ª da Bienal do DF (que será em abril) e não perder o bonde para a 7ª Bienal da UNE.

A galera da Capital dos Brasis mais uma vez marcou forte presença nesta etapa da 1ª Bienal do DF. Mais de 4 mil prestigiaram, dançaram e vibraram no evento.

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